Teologia do Choro

Ao longo da vida você vai descobrindo que o choro, assim como a morte, nos nivela, nos iguala, nos coloca debaixo da mesma situação. O choro é democrático. Choramos quando percebemos que não temos resposta, que não temos saída. Choramos quando temos medo, ou quando estamos com raiva, ou tristes ou quando alguma coisa não saiu conforme o esperado. Choramos quando nos sentimos impotentes diante de uma situação. Quando percebemos que as circunstâncias estão fora do nosso controle, que não temos força para reverter o quadro. É quase um ato de entrega. É o reconhecimento da nossa limitação, na nossa pequenez, da nossa vocação para poeira. A gente veio do pó. Choramos porque somos humanos, porque somos normais. Descobri que podemos chorar até mesmo sem derramar lágrimas. Teve um salmista que chorou tanto que suas lágrimas secaram. Não caíam mais. Seu coração continuava partido, ele se achava confuso, ainda não sabia o que fazer e nem chorar mais conseguia. Davi, acuado, perseguido e fugindo de Saul, disse uma coisa fantástica no Salmo 56:“Contaste os meus passos, quando me perseguiram; guardaste as minhas lágrimas no teu odre: não estão elas no teu livro?” Uau! Quer dizer que o Deus dos céus, com tudo o que tem para fazer e com que se preocupar todo dia, pára o que está fazendo quando eu choro, e manda que recolham os pingos que caem dos meus olhos, recolhe na sua vasilha e anota no seu livro? É linguagem poética, eu sei. Mas que linguagem! Além disso, ele conta os meus passos. Ora, para alguém contar os meus passos, ele precisa estar comigo. Tem que estar próximo, tem que acompanhar. Há alguém aí que conhece e crê num Deus assim? Isso nos remete à oração de Habacuque: “Ainda que a figueira não floresça, que a vide não dê o seu fruto, ainda que o produto da oliveira minta e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho não… ainda que o curral não… ainda que a bolsa de valores não… ainda que o emprego não… ainda que os irmãos não… ainda que a igreja não… ainda que meus sonhos não… ainda que minha saúde não… ainda que meus pais não… ainda que minha esposa não… ainda que meus filhos não… ainda que o faturamento não…, TODAVIA eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação”. Não importa se a vida nos pregou algumas peças. Não importam as decepções e angústias. Não importa o que nossos velhos amigos fazem, fizeram ou farão. Não interessa se expectativas se frustraram. Não importa o que dizem os jornais, nem o noticiário da TV. Não importa o que as pessoas dizem de nós. Eu posso ter certeza de que após os mais sombrios e pessimistas “AINDA QUE” sempre haverá um glorioso e retumbante “TODAVIA”. Outra vez citando Davi: “Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”. Desde que Deus criou os luzeiros, o sol nasce e o sol se põe e depois nasce de novo. Sempre há um novo dia. E nada como um dia depois do outro. É no novo dia que Deus traz à luz os seus “TODAVIAS”, com todo o poder que eles têm de nos dar alento e nos manter de pé.

Texto extraído do blog http://achandograca.com.br/

O que fazer enquanto esperamos?

Estamos tão acostumados a fazer um monte de coisas que quando não temos o que fazer pra mudar uma situação ficamos perplexos. Em algumas situações da vida temos que esperar que algo aconteça, uma intervenção de outra pessoa ou até de Deus. Isso nos angustia, porque queremos nós mesmos resolver as coisas do nosso jeito. E em muitas situações isso não é possível. Passei recentemente uma situação assim, onde meu filho recém-nascido ficou internado por quase 50 dias na uti. Nesses dias, o que eu mais fiz foi orar e esperar uma mudança no quadro dele. Os médicos fazem sua parte, mas tem um tempo pras coisas surtirem efeito. Esperei em Deus e acompanhei o conselho dos médicos, enfim, meu filho estará de alta nos próximos dias. Agradeço a Deus por ter me sustentado e aos amigos que oraram pela minha família. Assim, aprender a esperar foi uma lição que tive que aprender. Confiar em Deus e permanecer firme na espectativa de sua graça foi um desafio de perseverança. Algumas vezes vacilante, mas sem tirar os olhos do céu, sempre aguardando resposta do Altíssimo. Obrigado Senhor.